(escrito originalmente à uma e cinquenta e seis da manhã, de uma terça-feira dia dez de fevereiro de dois mil e quatro)
Uma mulher olha perdida, desvanece-se a pouco e pouco, mistura-se com a neblina lá fora. Papéis, açúcar, garrafas vazias e semi-vazias, despojos do momento ali. Uma gargalhada sonante, um sorriso que responde. Um rapaz que espera, ansioso, treme nervoso. A rapariga atrás, de costas, sentada, que espera, ansiosa, treme nervosa. Um velho, agarrado ao copo, sente a vida passar por ele, tenta iludir-se com o tinto e enganar a morte. O copo é a certeza de outro dia, o que o faz lembrar-se que não morreu ainda (não, já não sente, o sentir é passado, e esse já não volta mais). As crianças comem bolos, os pais embevecidos amam-se. Um jornal, uma caneta, as palavras cruzadas. Nome de poeta? "Ary".
Mesas de café.
Uma mulher olha perdida, desvanece-se a pouco e pouco, mistura-se com a neblina lá fora. Papéis, açúcar, garrafas vazias e semi-vazias, despojos do momento ali. Uma gargalhada sonante, um sorriso que responde. Um rapaz que espera, ansioso, treme nervoso. A rapariga atrás, de costas, sentada, que espera, ansiosa, treme nervosa. Um velho, agarrado ao copo, sente a vida passar por ele, tenta iludir-se com o tinto e enganar a morte. O copo é a certeza de outro dia, o que o faz lembrar-se que não morreu ainda (não, já não sente, o sentir é passado, e esse já não volta mais). As crianças comem bolos, os pais embevecidos amam-se. Um jornal, uma caneta, as palavras cruzadas. Nome de poeta? "Ary".
Mesas de café.
2 comentários:
este post inaugura uma sequência (incrível, por sinal) de re-edições do que de melhor se fez neste país. à falta de tempo para palavras melhores, as melhores em troca delas!
tudo para trás das costas, na noite que se torna cada vez mais silenciosa
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