à hora que escrevo isto já os teus olhos cansados pousam sobre a terra. de todas as vezes que te adormeci, nenhuma foi encarada suficientemente como a derradeira, para que pudesse deliciar-me como se da despedida final se tratasse. no fundo, era um adiar; no fundo... era uma falsa garantia.
às vezes lembro-me de como eram: as tuas mãos, de sulcos desenhados pelo tempo e pelo trabalho, serenados pelo toque das minhas; os teus dedos, que pareciam só ganhar sentido entrelaçados nos meus; as tuas pernas, a mais indecifrável trama de gozo e do prazer. o teu corpo era um autêntico gatilho pornográfico; e as tuas mamas, fartas e estóicas, impunham-se cruelmente como a última fronteira do advir devasso do teu sexo. foder-te era kafkiano.
excepto para mim. só eu sabia ao que ia e quem tu eras. talvez por isso nos tenhamos separado. porque tu esforçavas-te para foder mas comigo só sabias fazer amor. se ao menos soubesse que morrias, tinha-te amado a tempo e horas.
2 comentários:
esta é uma música bonita, e o post é dos bons. MAS como ninguém lê isto é quase uma bonita masturbação
(e que bem que sabe)
As pessoas lêem. E não só lêem como apreciam.
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