(escrito originalmente às quatro e trinta e nove da manhã, de uma segunda feira dia onze de julho do ano de dois mil e cinco)
porque é que não pode ficar uma música à espera de ser recebida? porque tendemos a incutir ao material aquilo que nos impõem? TIRANOS! (nós, que repercutimos essa tirania, claro) a cidade dorme lá fora e há cigarros a serem queimados, enquanto este inebriante e delicioso cheiro irrompe pela janela, e é tão fatalmente atraente que arrepia, como quem vê às escondidas a sua morte várias vezes repetida em cada situação da sua vida
(vou operacionalizar isto, para que percebam: está a comer ali, imagina a sua morte ali, engasgado e a manobra de Heimlich ninguém a sabe fazer caramba!, fala consigo até. está no cinema acolá, imagina-se com um ataque súbito, cai para o lado, pisca o olho a si mesmo porque não era na cadeira onde estava sentado que ia morrer porque a vontade ainda não é total. está na casa d@ namorad@ - sempre quis usar isto - e enquanto fode ou é fodid@ - ui três vezes na mesma frase - imagina-se mort@ em cima do corpo d@ companheir@ - agora perdi-lhes a conta)
(o que acontece muitas vezes a estas pessoas é que passam a imaginar os outros mortos, em vez de si mesmos, é a solidão é a solidão)
então pronto fica a música à espera. e eu mantenho aqui a convicção de deixar de ser menos tiraninho um dia de cada vez NÃO POSSO NÃO QUERO é que somos todos, ainda que sem o saber por completo, aquilo contra o qual lutamos todos os dias.
porque é que não pode ficar uma música à espera de ser recebida? porque tendemos a incutir ao material aquilo que nos impõem? TIRANOS! (nós, que repercutimos essa tirania, claro) a cidade dorme lá fora e há cigarros a serem queimados, enquanto este inebriante e delicioso cheiro irrompe pela janela, e é tão fatalmente atraente que arrepia, como quem vê às escondidas a sua morte várias vezes repetida em cada situação da sua vida
(vou operacionalizar isto, para que percebam: está a comer ali, imagina a sua morte ali, engasgado e a manobra de Heimlich ninguém a sabe fazer caramba!, fala consigo até. está no cinema acolá, imagina-se com um ataque súbito, cai para o lado, pisca o olho a si mesmo porque não era na cadeira onde estava sentado que ia morrer porque a vontade ainda não é total. está na casa d@ namorad@ - sempre quis usar isto - e enquanto fode ou é fodid@ - ui três vezes na mesma frase - imagina-se mort@ em cima do corpo d@ companheir@ - agora perdi-lhes a conta)
(o que acontece muitas vezes a estas pessoas é que passam a imaginar os outros mortos, em vez de si mesmos, é a solidão é a solidão)
então pronto fica a música à espera. e eu mantenho aqui a convicção de deixar de ser menos tiraninho um dia de cada vez NÃO POSSO NÃO QUERO é que somos todos, ainda que sem o saber por completo, aquilo contra o qual lutamos todos os dias.
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