(escrito originalmente ao meio dia e cinquenta e sete minutos, de uma terça feira dia nove de agosto do ano de dois mil e cinco)
um dia ele começou a escrever. escrevia sem regras e sem estilo porque nunca tinha lido, e era essa franqueza pura das palavras que lhe dava a graça que tinha. parecia tudo de propósito, mas não era: fluía, apenas. as pessoas que ele admirava liam-no e isso assustava-o porque sabia que um dia, um dia, um dia essas pessoas iriam entristecer-se e desiludir-se. com ele, e com elas próprias por não o terem desprezado mais cedo. mas ele não tinha culpa, no entanto. regendo-se pela velha máxima "se tu me lesses, eu escreveria bem melhor", sentiu-se sozinho na sua escrita e ficou esquizofrénico, enclausurado numa pequena sala onde todas as letras saíam aos berros, à procura de se notarem. nada a fazer. e essa franqueza pura tinha dado lugar a uma perfeita demência (sem estatuto) e ele perdeu-se por Coimbra na tentativa (e viva o cliché) de se encontrar... mas quando voltava a escrever, certo era que a cadeira, o quarto ou o café se transformavam, instantaneamente, na pequena sala almofadada do asilo de Arkham. hoje bebe vinho estragado. e sente-se bem melhor assim.
um dia ele começou a escrever. escrevia sem regras e sem estilo porque nunca tinha lido, e era essa franqueza pura das palavras que lhe dava a graça que tinha. parecia tudo de propósito, mas não era: fluía, apenas. as pessoas que ele admirava liam-no e isso assustava-o porque sabia que um dia, um dia, um dia essas pessoas iriam entristecer-se e desiludir-se. com ele, e com elas próprias por não o terem desprezado mais cedo. mas ele não tinha culpa, no entanto. regendo-se pela velha máxima "se tu me lesses, eu escreveria bem melhor", sentiu-se sozinho na sua escrita e ficou esquizofrénico, enclausurado numa pequena sala onde todas as letras saíam aos berros, à procura de se notarem. nada a fazer. e essa franqueza pura tinha dado lugar a uma perfeita demência (sem estatuto) e ele perdeu-se por Coimbra na tentativa (e viva o cliché) de se encontrar... mas quando voltava a escrever, certo era que a cadeira, o quarto ou o café se transformavam, instantaneamente, na pequena sala almofadada do asilo de Arkham. hoje bebe vinho estragado. e sente-se bem melhor assim.
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